OUTRO MUNDO .

Lootpack - New Years Resolution + Programa Freestyle - Tema 2010

Salve! Queriamos desejar Feliz Natal, e Ano Novo para todos, e claro, presentear voces...
Pensamos em postar uma entrevista, ou algum outro som, mas acho que este tem mais haver com o momento, e alem de tudo... é Lootpack! Entao...

Lootpack - New Years Resolution (Produçao de Madlib)



E nao paramos por aqui! Só que dessa vez o presente vem de outro lugar - Programa Freestyle - pra fechar 2009 com chave de ouro, eles gravaram um som com 6 MC's. Agora imagine Doncesão, Cabes, Macário, Sombra, MC Shaw e Enézimo rimando no mesmo som, e Dj Nato Pk e Marcílio Gabriel na produçao....
Agora pare de imaginar, faça o download ae, Feliz Natal, e até 2010!

Programa Freestyle - Tema 2010

Kamau - Só (Remix (Video Clipe))

Primeiramente, queria pedir desculpas aos leitores pela demora das postagens. Fim de ano é sempre mais corrido, e tambem estamos correndo atras de entrevistas, esperando respostas, e tudo mais...
Agora vamos ao que interessa: musica, rap, primeiro video clipe oficial do Kamau!
O clipe é da musica "". E pra quem ja gostava dessa musica antes, esperem só para ver com esse novo beat. O som é uma 'Remix'. E o beat encaixou certinho. A qualidade do clipe ta muito boa. E a direçao ficou por conta de Fred Ouro Preto. Assistam:

Kamau - Só (Remix) - Video Oficial from Tela Plano on Vimeo.



'O termo remix ganhou um novo significado com o avanço da internet. Remix também pode soar como renovação. É exatamente essa feliz coincidência que acontece com o lançamento do clipe de “Só (remix)”, o primeiro oficial de Marcus Vinícius Kamau. Sob direção de Fred Ouro Preto fotografia de Carina Zaratin.'

Quer continuar lendo? Clique aqui para ir ao site 'Noiz'. Tem a matéria toda la!

____________________________________________

Ouvindo: Raimundos - Deixa Eu Falar (Ao Vivo MTV)


Nel Sentimentum e Laudz - Sentimentumlogia Remixado

Laudz remixou o EP lançado por Nel Sentimentum, Sentimentumlogia.
Saiba como adiquirir o seu mandando um e-mail para: upgroundbeats@gmail.com

Mais Informações: UpGround Beats



Confira o single - Feito Músicas de Elis:

MySpace Nel Sentimentum
MySpace UpGround Beats
MySpace Laudz

Sao Nunca - DEMOnstra Sao Nunca

Salve! O grupo de rap, Sao Nunca, de Curitiba, lançou recentemente o CD "DEMOnstra Sao Nunca". Para garantir o teu, mande um e-mail para: pedidodemonstra@gmail.com Sao $3,00 + o frete. Os som dos caras é foda, e pra conferir o single, e outros trabalhos, clique aqui.








Quer saber mais do Sao Nunca?

Twitter
Blog
Myspace
Comunidade
saonuncaa@gmail.com

Multicultural - Pentagono (Video Clipe)

Novo video clipe do grupo Pentagono, Multicultural, dirigido por Pedro Gomes. Confere ae...

Mentekpta - Demo Potótipronto (2007)

Batida e rima sempre foram fatores para um bom e velho rap convencional. Mas esses manos de Curitiba nao tem nada de convencional em suas letras. Assuntos do dia-a-dia rimados de uma forma que certamente voce nunca oviu igual. Métricas e levadas diferenciadas em beats nostálgicos, esse é o Mentekpta. A dica é que quando for ouvir o som, esteja de mente aberta.
Destaque as faixas Genes The Tenis, Nem Que Me Neguem, e Vida Oca.


1- Intro (Produçao de Cabes)
2- Avulso (Produçao de Cabes)
3- Genes The Tenis (Produçao de Cabes)
4- Pantufas (Participaçao de Sagui Fikticiw (Produçao de MK))
5- Vida Oca (Produçao de Cabes)
6- Disturbios (Produçao de Cilho)
7- Satiriza (Produçao de Cabes)
8- Nem Que Me Neguem (Participaçao de Sagui Fikticiw (Produçao de Cabes))
9- Nesse Lixo Vejo Luxo (Participaçao e produçao de Cabes)




Quer mais Mentekpta? Acesse o Myspace e participe da Comunidade no Orkut.

CairoBeats - Mixtape Natividade (Remixes)

"Sou Cairo (CairoBeats), beatmaker de Fortaleza, CE, de 21 anos, lançando meu primeiro trabalho, uma mixtape de remixes: "Natividade". Sao nove remixes, de musicas do Muneshine, Little Brother, J-Live, entre outros, inclusive um remix da musica "Nao é só rima" do MC baiano, Nouve. Buscando versatilidade no trabalho, nessa mix existem beats sampleados e beats com uso (somente) vsti's.
Abraços a todos, e espero que gostem!"









Contato:
cairobeats@hotmail.com
www.myspace.com/cairobeats
www.twitter.com/cairobeats

Nocivo Shomon - Assim Que Eu Sigo + novo som 'A Rua é Quem?'



Nocivo Shomon, MC de Sao Paulo, tem um flow fantastico, e letras geniais, lançou recentemente seu novo som 'A Rua é Quem?' e ta muito foda.
Lançou tambem, em 2007, o seu disco 'Assim Que Eu Sigo' produzido por DJ Caique.
O cara representa demais, confere la...


Download do som 'A Rua é Quem?'





1- Sementes (Produçao de DJ Caíque)

2- Vivo De Arte (Produçao de DJ Caíque)

3- Andanças (Produçao de DJ Caíque)

4- Persistente (Produçao de Nocivo)

5- Inspiraçao (Produçao de DJ Caíque)

6- Subversivo (Produçao de DJ Caíque)

7- Vale Das Sombras (Produçao de DJ Caíque)

8- Vivendo (Produçao de DJ Caíque)

9- Reggae Rua (Participaçao de Jukativa ( Produçao de DJ Caíque))

10- Interludio (Produçao de DJ Caíque)

11- Peço Perdao (Produçao de Nocivo)

12- Infancia (Participaçao de Ogi & Bella (Poduçao de DJ Caíque))

13- Tarde Poética (Produçao de DJ Caíque)

14- Quando Anoitece (Produçao de Nocivo)

15- Lagrimas (Participaçao de Da Cruz (Produçao de DJ Caíque)



Aniversário da Vanguarda do Rap Nacional + Novo som do RAPdura

Hoje, dia 11 de Novembro, a Vanguarda do Rap Nacional esta fazendo 1 ano de vida, com muita correria, realizaçoes e muita, mas muita vontade.
Me orgulho de fazer parte dessa família, e sei a importancia de cada um la! Parabens!
E, a VdRN ganhou um presente muito bom, de um MC que tem um flow fantastico, letras incriveis, e alem de futuro, é o presente do Rap Nacional: MC RAPdura. O som vem em primeira mao, e tambem estara na Fita Embolada.






A Vanguarda do Rap Nacional, tambem entrevistou o RAPdura, e pra quem quiser conferir a entrevista, clique aqui!
Parabens ao RAPdura pelo som, e pela VdRN, por tudo que ja fez, e faz.

Mais infos:
Projeto Amigos Da Net
Vanguarda do Rap Nacional
Comunidade Vanguarda do Rap Nacional
Orkut Vanguarda do Rap Nacional

Nel Sentimentum - M.C.E.E. (Produção de Dario & Menor)


Alguns meses depois de lançar o seu EP - Sentimentumlogia, Nel vem com esse single. A primeira vez que escutei, já notei claramente uma evolução considerável da lírica do MC desde o EP. Além de ter acertado em cheio a escolha do instrumental pra música. Muito boa, confiram!


___________________________________________

Mais Infos:

Nel Senitmentum - MySpace - UpGround BEATS
Dario
-
MySpace
Menor - MySpace


___________________________________________

Ouvindo: Guity Simpson - Ode On The Guetto (Produção de Oh No)

De Repente: Poetas De Rua (dia 11 Novembro, Cina Lapa)

Como postado anteriormente, Arthur Moura esta lançando o filme 'De Repente: Poetas De Rua'
O lançamento sera no dia 11 de novembro, as 22:00, no Cine Lapa (Rua Mem De Sá, 23, Lapa-RJ)



Mais informaçoes: arthur.arthurmoura@gmail.com
Visite o site do filme www.poetasderua.com.br/
Siga Arthur Moura no Twitter
Relizaçao de Café Crime - Expresso 22 - 202

Mos Def, Eminem, Black Tought - Cypher (DJ Premier) + Mos Def no Brasil

No especial para o BET Hip Hop Awards, Eminem, Black Thought, e Mos Def fazem um freestyle fantastico. E envolvendo cada verso com o beat, ninguem mais que o DJ Premier.
O Eminem quebra tudo, com um flow foda demais!


E em noticia relacionada, o Mos Def estara se apresentando no Brasil, do dia 4 a 6/12, no festival de rap que ocorre todo ano em Santo Andre - SP, o Indie Hip Hop.
Ano passado o evento trouxe como artista principal Talib Kweli, com quem Mos Def ja lançou um CD (Black Star) em 1998. O segundo album deve sair ano que vem!

O Indie Hip Hop tem como atraçoes os grupos nacionais Pentagono, Contra Fluxo, Inumanos - grupo composto pelo M.C. AORI e o DJ Babao, e os M.C's Pizzol, Max B.O. e Xis.

_________________________________________

Ouvindo: The Fray - Never Say Never

Família LDR - Honra (SINGLE)


A Família LDR acabou de lançar o single 'HONRA', no myspace.

O beat ta lindo, a letra entao... A produçao é do Dj Caíque, e tem a participaçao de Doncesao.


Pra conferir o som, acesse o myspace da Família LDR: MYSPACE/FAMILIALDR
E para mais informaçoes, siga o Jota, no twitter: TWITTER/JOTA_LDR
E em breve tem o lançamento do EP - REFAÇA SUA GUARDA (Produção DJ CAIQUE)
Ah... e amanha os caras vao estar aí lançando o trampo, ó:


Quer mais? Acesse:
Comunidade/ Familia LDR
Twitter/FamiliaLDR
Orkut/ Familia LDR


______________________________________________________

Ouvindo: Sagaz Vida / 40 MPH - MDK (VMG)

Mestre Xim - Xim - ER (Remixes Album) Vol.1

Mextre Xim lançou um tempo atras um CD muito bom de remixes. Sao beats incriveis que envolvem desde a voz louca de Quasimoto em Broad Factor, passa por Public Enemy em By The Time I Get To Arizona, até Big L, Married To Marijuanna.
Vale a pena conferir isso tudo, e muito mais aí...




1- Intro (Produçao de Mestre Xim)
2- Quasimoto - Broad Factor (Produçao de Mestre Xim)
3- Busta Rhymes - Dangerous (Produçao de Mestre Xim)
4- Consequence - Q.U.E Another E.N.S (Produçao de Mestre Xim)
5- Public Enemy - By The Time I Get To Arizona (Produçao de Mestre Xim)
6- Talib Kweli - Listen!! (Produçao de Mestre Xim)
7- Ol'dirty Bastard - Shimmy Shimmy Ya (Produçao de Mestre Xim)
8- MF Doom - Vomit (Produçao de Mestre Xim)
9- Big L - Married To Marijuanna (Produçao de Mestre Xim)
10- Notorious B.I.G - Every Day Struggle (Produçao de Mestre Xim)
11- Afrika Bambaata - Just Get Up (Produçao de Mestre Xim)
12- A Tribe Called Quest - Rumble In The Jungle (Participaçao de Fugges & Busta Rhymes) (Produçao de Mestre Xim))
13- Desfecho (Produçao de Mestre Xim)



Mestre Xim esta trabalhando em 2 novos albuns, muito bons. E se quiser saber mais do trabalho dele: myspace.com/mestrexim
Siga o Mestre no twitter: Twitter/mestrexim

__________________________________________________________
Ouvindo: Big L - Married To Marijuanna (Produçao de Mestre Xim)

OutroMundo Entrevista: Nave


Outromundo: Nave, quando e como você começou a fazer RAP: a escrever e a produzir?
Nave: A escrever comecei moleque, de brincadeira em 1998, depois foi acontecendo naturalmente, principalmente depois do Savave. Produzir veio como uma necessidade, não gostava muito daquele lance de "pegar beat gringo", precisava de algo que fosse meu.

Outromundo: Quando o Savave apareceu, como foi?
Nave: Foi meio estranho, no começo era só eu e o Wil, a gente vivia fazendo freestyle e escrevendo sem compromisso algum. Certa vez o Wil chegou com uma rima e no meio da letra ele apreviou uma frase que ficou como "Savave", desde aquele dia fiquei com a palavra na cabeça. Então em 2002, teve um show com a Rhima Rhara aqui em Curitiba, estava todo mundo da banca e acabei conhecendo do Caio (Elo da Corrente), a gente trocou uma ideia e ele pergunto qual era o nome do meu grupo, não tinha grupo algum, mas sem pensa eu falei: "meu grupo é o Savave...", a partir disso nos nascemos.

Outromundo: Como foi a entrada do Thiago Pródigo e a saída do Wil do grupo?
Nave: A gente foi convidado pra fazer uma música pra coletânea chamada Upground Beats, do Nel Sentimentum, acho que era 2004. O Thiago começou a andar muito com a gente, principalmente com o Wil, e o Wil teve a idéia de coloca ele no Savave na mesma época que aconteceu o convite pra coletânea, no começo fiquei com um pé atrás, mas resolvemos fazer uma especie de teste, colocamos o Thiago no som da coletânea, a princípio como participação, se ele representasse estaria dentro. No fim ele acabou caindo como uma luva no grupo. O Wil saiu por vontade própria, acho que em 2005.

Outromundo: Como foi a idéia e a execução da PromoTape - Feito Sob Medida, como foi o processo, as produções, gravações, mixagens, etc?
Nave: Foi bem simples, era uma ideia velha, mas ficamos enrolando uns dois anos pra por em prática. Quando resolvemos fazer mesmo, a ideia era alcançar um bom numero de pessoas fora de Curitiba, e também "passar um pano" pro album do Savave, a forma mais rápida e eficaz de se fazer isso era atraves da internet. Então reunimos cinco sons que estavam na gaveta e fizemos um novo, "Deixa Que É Nóiz", regravamos todos pra que ficasse uma qualidade padrão em todas as músicas, isso foi feito em 3 sabados. Não nos preocupamos muito em atingir uma "supermegaplus" qualidade técnica, até porque não tinha como, mas fizemos assim mesmo. Lançamos 200 copias de um mini-CD, mais como material promocional, uma semana depois do lançamento da promo colocamos pra download. Pra nossa supresa ela foi bem recebida e colhemos bons frutos. Isso determinou uma mudança considerável pro caminho que o disco iria tomar.

Outromundo: Vocês deixam bem claro na introdução da PromoTape, que era um tipo de "aperitivo" pro álbum oficial. Como anda o processo desse álbum oficial, o que você pode adiantar aí de participações, o processo, produções, etc?
Nave: Começamos a gravar no final de julho, nos beats tem vários caras, não vou citar todos, porque até o final do processo muita coisa pode mudar, mas certos tem Renam Samam, Théw Franklim, Dario, Cabes e Munhoz. Em relação a participações, se houver será um ou duas pessoas, estamos definindo ainda.

Outromundo: Sobre produção, O que você usa, em softwares e equipamentos, pra produzir?
Nave: De softwares uso o Fruity e o Soundforge, todos esses softwares que todo mundo usa, atualmente to aprendendo a mexe no Reason. Equipamento tenho um PC, um controlador midi e varios discos.

Outromundo: "Vinil Vs. MP3" na parte de produção. Como você vê isso?
Nave: Eu tenho 26 anos, ainda sou da época do vinil, da epoca que se esperava mêses para aquele CD chegar na loja, porém, hoje com o mp3 esse lado mais romantico do fã de musica acabou, tudo fico fácil demais e tudo que é facil demais de certa forma se torna descartável, o ser humano tem uma tendência a não dar valor a coisas assim, um valor real, saca? Então, sempre vou dar preferência absoluta para o vinil, sempre vou estar num sebo qualquer garimpando, esse é o tipo de coisa que deixa meu dia melhor, é terapia. Mas contudo, não descarto o uso do mp3, como beatmaker que vende beats tenho que ser pratico e rapido pra atende algum pedido mais especifico, então tenho que correr junto com esse nosso novo tempo e me adaptar conforme ele muda. Não gosto de samplear de mp3, mas é um mal necessário pra se manter no "jogo" hahaha.

Outromundo: Você tem projetos paralelos a esse álbum do Savave?
Nave: Sim, estou produzindo algumas faixas do disco do Valete (Portugal), uma MixTape pra marca de roupa Sallve, algumas do disco do Ogi e outras produções que estão incertas por enquanto.

Outromundo: Você tem planos de fazer uma MixTape, com faixas exclusivas dos artistas em beats seus?
Nave: Para agora não, mas acredito que isso é inevitavel, em algum momento vou fazer. Quando fizer quero ter uma grana pra pagar cada pessoa envolvida e quero estar num patamar de produção mais aceitavel pra mim mesmo.

Outromundo: Quais são suas influências, tanto na escrita quanto na produção?
Nave: Na música, sendo bem específico, Stevie Wonder, Djavan, Cassiano e muito samba. Nos beats J Dilla, Hi-Tek e Premier. Nas rimas Jay-Z, Common, Mos Def...

Outromundo: O que você anda ouvindo ultimamente?
Nave: Tenho escutado muita coisa, de rap é até dificil porque todo dia sai alguma coisa e você acaba não ouvindo nada direito. Mas tenho ouvido muita música regional nordestina.

Outromundo: A música Desabafo, que você produziu prio D2, está na Trilha sonora de uma novela Global, no "horário nobre", como você vê isso, música de sua autoria tocando na televisão no "horário nobre"?
Nave: Pô, acho legal pra caralho (risos), fico feliz e acho que isso tem que acontecer mais, nao só comigo, tem vários maluco com muito talento no rap aqui. Quero mais MC's no patamar do D2 em relação a midia, indo em programas de TV, fazendo propagandas ou o que for. Precisamos disso pra pararmos de lamentar o "porque" que algumas coisa não acontecem, se queremos ser o mínimo que os gringos são no rap temos que dialogar com os grandes meios, saber fazer a politica, sabe? É como o Leandro fala, "por que não nóiz?".

Outromundo: Nave, em algumas entrevistas o Kamau falou que foi na sua casa, ficou uns dias fizeram umas bases pra terminar o disco, etc. Como foi isso, ele colar aí, vocês fazerem as bases pro disco dele aí, como foi o processo de produção de vocês nesse meio tempo em que ele estave aí, trabalhar juntos e tal?
Nave: Foi muito bom, fluiu naturalmente, o Kamau trouxe umas idéias pra desenvolver, alguns samples pra usar e em 4 dias fizemos 11 beats, desses 5 estão no CD. A vibe foi muito boa, o trampo desenvolveu facil.

Outromundo: E o processo de produção seu para a MixTape do Emicida, como foi?
Nave: Bem direto, conheci o Emicida e ele logo me convidou para participar, mandei alguns beats por e-mail, dois deles viraram a "Preciso" e a "E.M.I.C.I.D.A. (Adoooro)", depois ele veio fazer um show aqui em Curitiba, ficou mais uns dias aqui em casa, acabo fazendo mais três sons, desses três, um é a "Oooorra" e a outra é "Fica Mais Um Pouco", fico ainda uma inédita por aqui. Foi outro trampo que fluiu naturalmente.

Outromundo: E o mesmo processo com o Marcelo D2, como foi, como ele chegou até você, como tudo aconteceu?
Nave: Eu tava produzindo o CD do Jacksom, ele ouviu as produções e quis me conhecer, fui até São Paulo pra mostra umas batidas e ele gostou muito do que levei, escolheu quatro que vieram a se tornar "Thats What I Got", "É Preciso Lutar", "Assim Que Se Faz" e "Lapa". O beat da "Desabafo" quase entrou nesse CD, chegou aos 48 do segundo tempo, mas tudo tem sua hora pra acontecer. Resumindo, meu processo com o Marcelo é muito tranquilo, ele me da liberdade total pra criar, é muito gratificante trampar com alguém que influenciou muito na minha visão sobre o rap.

Outromundo: Bom Nave, esse é os eu momento para deixar seus links, seus recados, cobranças, agradecimentos, contatos, etc.
Nave: Valeu todo mundo que acompanha o meu trampo e visitem :
www.myspace.com/savave
www.myspace.com/navebeats
www.twitter.com/navebeatz
É isso, um sallve a todos os leitores, e vamos trabalhar!


De Repente: Poetas de Rua

Postei à um tempo atras, 2 trailers de um filme sobre poetas. De Repente: Poetas De Rua. O filme é produzido pelo Arthur Moura, que esta acompanhando desde o final de 2004, todo o tipo de poesia encontrada pelas ruas do Rio de janeiro. Aqui ficam mais 5 vídeos pra voces. E pra quem nao viu os 2 primeiros, clica aqui!

1- Trailer:


2- Depoimento de Joao Velho:


3- Roda de Freestyle:


4- Batalha:


5- Samba No Buteco da Lapa:


___________________________________________

Ouvindo: NaS - Street Dreams

Projota - EP: Carta Aos Meus (VIDEO PROMO)

EP: Carta Aos Meus, dia 1 de novembro, nas ruas...
O EP custara 5 reais (+ frete) e para encomendar, evie um e-mail para: projota.vendas@gmail.com
Projota fez um belo texto pro video promo, confere ae...



E para conferir o single, 'Rap Em Açao' clique aqui.

__________________________________
Ouvindo: Max B.O & Aori - Pro Mundo

4Elementos entrevista Mortao (VMG)

Salve, salve! Tava vendo aqui uma entrevista que o rapper Mortao, da VMG, la de Goiânia, deu para o site 4Elementos.
Ele fala umas coisas legais, sobre o começo no rap, VMG, o porque do vulgo 'Mortao', sobre a mixtape da VMG, 'Eutanasia', lançada no final de 2008, e tambem sobre seu grupo, com o rapper Domba, tambem da VMG, o 'Outro Nível'. E fala um pouco sobre o CD que eles estao preparando, o 'Célebres Cérebros'.




Para saber mais sobre o Mortao, VMG, e Outro Nível, acesse:
Mortao - Twitter
Mortao - Comunidade
Mortao - Myspace
Outro Nível - Comunidade
Outro Nível - Myspace
VMG - Comunidade

_______________________________________
Ouvindo: Doom - Lightworks (Produçao de J. Dilla)

MC Ralph - Da-me Licença (Divulgação)

Depois de bastante tempo trabalhando no projeto, Ralph nos tráz um vídeo de divulgação e apresentação de seu primeiro álbum solo oficial.
No vídeo podemos conferir como foi o processo de fazer o disco. Ralph nos conta quem esteve envolvido no disco produzindo, cantando, rimando, gravando, mixando, etc. Trechos de filmagens de shows. Muita coisa é esclarecida, até a capa é divulgada.
Confiram:





Agora é só esperar!
_____________________________________________


Ouvindo: Jay Are - Type Sounds (Produção de J Rawls)

Projota - Rap Em Ação (Novo Som)



Projota lançou um novo som chamado 'Rap em Ação'. Com a produção do próprio, mixagem do Dj Caique, e scratchs do Dj Zala.
O som ta lindo! Tanto a letra, quanto a produção. E o som vai para o EP: 'Carta Aos Meus', que estara nas ruas em novembro!

Para ouvir este e outros sons, visite:
http://www.myspace.com/mcprojota


Vou deixar alguns links do M.C. aqui tambem:


Twitter
Comunidade
Canal do Youtube
Blog

OGI - Premonição (Single)



Ogi, MC do Contra-Fluxo, acaba de lançar seu mais novo single, intitulado "Premonição", a música é o primeiro single do álbum que sairá ano que vem, pela 360 Graus Records, que se chamará "Crônicas da Cidade Cinza".
"Premonição", assim como o album todo de Ogi, é um 'storytelling' , com produção de DJ Caique, Ogi narra um acontecimento de amigos o convidando para ir pichar, e algo diz a ele não ir. O desfecho dessa estória vem com a música que sucede Premonições no álbum, "Noite Fria".

Faça o Downaload aqui:





_________________________________________________

Confira depoimentos de Ogi, DJ Caique, Munhoz, Rodrigo Brandão, Kamau e Pifo (responsável pela arte da capa do single) sobre a música e o disco em materia postada no Boom Bap clicando aqui.

_________________________________________________

Ouvindo: Nas - New York State Of Mind (Produção de Premier)

Disturbio Verbal (Myspace)


Salve familia! Vou deixar aqui o novo myspace do Disturbio Verbal, pra quem nao conhece, é um grupo de rap la da nossa cidade, Sao José dos Campos - SP. Os caras vem fazendo um som a algum tempo ja, e vem representando bem Sao José na cena do rap.
É isso familia, quem nao conheceu ainda, espero que gostem! É Sao José!

Slim Rimografia - Sol (Video Clipe)



Alguns anos depois de lançar o "Introspectivo - Amor, Vida e Música", álbum onde foi lançada a música 'Sol', Slim fez um video clipe da mesma. O clipe foi dirigido por Daniel 3D e teve um lugar-paisagem muito fiel com o tema, e a vibe da música.

Perguntamos para o Slim, relacionado ao investimento no material audio visual no RAP nacional atualmente: "Cara, acho o investimento nessa área muito pequeno. Temos vários discos bons e poucos vídeos, acredito que é necessario trabalhar mais esse lado."
Também pergutamos ao Slim, o por que, da decisão de fazer um video clipe de uma música depois de quase três anos de seu lançamento: "Acredito que o video da um ar novo pros sons e o momento estava propício a criar algo com baixo custo e boa qualidade, mas é um pontapé inicial pra investir em audio visual."
Slim ainda acrecenta que pretende, em um futuro próximo, fazer mais video clipes: "Bem próximo, já estamos trabalhando em outras coisas, outros roteiros."

Temos certeza que podemos esperar coisas boas. Talvez ainda esse ano, Slim irá lançar a MixTape que está trabalhando há bastante tempo: "Bruce Slim - A Arte De Samplear".
Novos trabalhos, nova fase de Slim Rimografia.


Confira o clipe:


Acesse Slim Rimografia:
Twitter
Myspace
Blog

Contate Slim Rimografia: mokadorecords@gmail.com

OutroMundo Entrevista: Arthur Moura




Outromundo: Quando você começou a se envolver com o RAP, e produção musical?

Arthur Moura: Estudei violão erudito e popular durante uns cinco anos no Conservatório de Niterói, mas antes disso tocava em bandas. Isso foi mais ou menos em 1999 quando conheci o Wallace. A gente tocou punk, depois passeamos pelo heavy metal em bandas cover metalica, iron maiden... aí formamos uma banda só para tocar sons próprios (isso foi mais ou menos em 2001, 2002). Wallace sempre teve uma pegada mais da rua mesmo. Sempre misturou rap, com outras temáticas mais soltas, e isso no metalzão que a gente fazia (risos). Aí depois resolvi sair da banda e montar um homestudio, que se chamou "202". Foi aí que eu e Wallace começamos a produzir nossos sons, videos, etc. A produção me deu mais visibilidade, pois comecei a conhecer mais gente (não que tocando isso não acontecesse) e enveredar para o rap mesmo.


Outromundo: e estúdio, a princípio, tinha mais gravações de rap?

Arthur Moura: Em princípio não, sempre foi rap! Não sei porque, mas as coisas aconteceram muito rapidamente. Talvez por eu ter começado a fazer batidas e o próprio meio que eu tava ali propiciou isso. Lembro-me de um dia o Rabu ter batido lá em casa, depois conheci o De Leve que mora na minha rua, depois lembro que conheci o Dropê, aí já fui conhecendo aquela muvuca toda da Lapa! (risos). Então comecei a produzir os meus próprios amigos.


Outromundo: O processo seu de começar a fazer as bases mesmo, foi influênciado por quem, pelo o que?

Arthur Moura: Cara... acho que isso já veio na verdade daquela influência que o Wallace botava na nossa banda de rap saca. Pra te falar a verdade eu tinha aversão ao rap, mas depois conheci outras coisas legais que me aproximaram mais da produção. Acho que quem me influênciou de verdade mesmo foram os meus amigos cara. Sabe porque? Eu tava naquela fase frenética de ouvir os raps nacionais e tinha muita gente que fazia batidas. Por exemplo aquela galera lá da Lapa, o Dropê EJC, o MV Hemp, o próprio De Leve que sempre levava a MPC dele lá e fazia as batidas na hora aí eu ficava doido né! Eu tenho um amigo lá do interior de Goiás chamado Marcelo Martins que foi forte influência também. O cara segue aquela linha do Anticon, Dosh, Why?, Aliás... aí já viu! Mas é claro que o rap gringo também fez a diferença Eu gosto muito do Mos Def... versátil!


Outromundo:
O que usava pra produzir naquela época?

Arthur Moura: Eu tinha uns equipamentos bacanas. Bom pc, microfones bacanas e tal. De programas eu sempre usei o clássico Fruity Loops, até porque nunca consegui mexer em MPC. Acho muito complicado!


Outromundo: E hoje em dia?

Arthur Moura: Cara... hoje em dia eu tô viajando em outras coisas. Não produzo tem um ano. Estou estudando muito. Curso História, estou envolvido em pesquisas acadêmicas e tenho lecionado para alunos do primeiro período também na Universidade. Mas tenho trabalhado em vídeos. Estou em processo de montagem do meu documentário "Poetas de Rua" e tenho produzido uns clipes. Ontem mesmo terminei um clipe de uma banda de rock chamada EIZA. Na verdade a academia está sendo um bom local para aprimorar idéias! Estou escrevendo uns artigos sobre o rap independente, sobre a cena e tal... coisas que observo de bom e ruim que rolam na cena. Enfim.


Outromundo: Pretende voltar a produzir, Ou vai ficar só com os vídeos mesmo?

Arthur Moura: No momento quero trabalhar mais com vídeos. Mas tenho gravado algumas coisas com Wallace. Mas vamos vou voltar a fazer as batidas logo mais. Na verdade, eu e Wallace já estamos com o quarto disco pronto, mas só gravamos as prévias. É um disco bem legal, menos eletrônico, com violões seguindo uma linha popular, bossa nova, samba, melodias bacanas... mas não deu tempo ainda de terminar por causa dessa dedicação que estou tendo na Universidade. O disco já tem até nome! "Caleidoscópio" ou "Linhas Diminutas".





Outromundo: Nessa sua tragetória na música, você nunca se escreveu algumas letras?

Arthur Moura: Sempre escrevo. Mas ficam guardadas... na verdade não são letras né, são
rabiscos de poesias e tal... algumas eu dou para a minha namorada! rs Escrevo nas barcas, gosto às vezes de sentar no meio do centro do Rio de Janeiro numa daquelas escadarias e escrever de acordo com a movimentação da cidade. Gosto muito da escrita assim como a leitura, mas não me limito a poesias. Gosto da linha acadêmica de artigos, pesquisas, áreas mais científicas. Por isso venho pensando em escrever alguns artigos sobre a cena do rap no Rio. Sobre toda a maquinária que é essa coisa do "viver independente", lançar um olhar mais objetivo sobre essa questão. O problema é que ninguém lê! (risos).


Outromundo: O Fluxo, tem três discos que foram lançados somente na internet. Como você vê isso de lançamentos só pela internet, foi opção, ou necessidade?

Arthur Moura:
As duas coisas! Temos Relatoatividade, O Som do Tempo e o Prévia do Amanhã que só foram lançados virtualmente. Cara... é aquela coisa né... a gente é independente, e meio que começamos a fazer música a todo vapor! Esse fator aliado ao pouco dinheiro gera conflitos. Como lançar três discos na pista? A gente sempre gastou muito no estúdio e isso também complicou. Outra coisa é que o Fluxo só tem eu e Wallace. Nós dois só para segurar a onda. A necessidade de divulgar falou mais alto. Aí decidimos disponibilzar tudo na net sem essa de ficar esperando ter grana pra lançar, até porque nunca tinhamos mesmo! Mas isso ao mesmo tempo limita né... é complicado pra caramba, porque você tem que ser produtor, MC, beat maker, etc etc etc... (risos).


Outromundo: E o Documentário que você está fazendo, nos fale um pouco dele.

Arthur Moura: Então... quando vai ser lançado só Deus sabe! (risos). O filme vai se chamar "Poetas de Rua". Comecei a filmar em 2004 muito despretenciosamente, depois vi que aquilo daria um bom documentário. O filme é sobre uma outra cena do rap que não costumamos muito ver em "evidência". Esse ano fiz as últimas filmagens e a edição já tá na metade. Fiz mais de 70 entrevistas com pessoas do rap, do repente, da embolada , professores de História, Dj´s, etc. Não é um filme com superprodução, nem com grandes aparatos. Pretendo lançar no ano que vem, quiçá esse ano. Tudo vai depender de grana (e da boa vontade do meu PC que tá fudido!). Ali busco mostrar o improviso em si... em suas diversas formas, mesclando com shows, samba em butecos, poetas bêbados, assuntos como mercado, poesias, etc... Acho que filmei mais ou menos umas 80 horas no total... o filme deve ter mais ou menos uns 70 minutos. Espero lançar em breve pois é um registro bem legal!


Outromundo: Quem esteve envolvido na filmagem, e está na edição e produção?

Arthur Moura: Cara... 90% fui eu que filmei. A edição também sou eu que estou fazendo, roteiro etc. Mas é claro que ninguém é uma ilha. Eu já poderia ter lançado isso há muito tempo, mas seria egoísmo da minha parte não ouvir a opinião dos meus amigos que estão envolvidos no filme, pois quando se trata de retratar algo em sua forma documental tem que haver todo cuidado do mundo, pois são pessoas de verdade ali representadas. Então às vezes convido amigos para ir na minha casa opinar sobre a edição. Dessa edição que estou no momento já mudei mais de 10 vezes pois cada um que vai lá adiciona algo muito importante no espírito da coisa. Então eu sou só a parte mecânica da montagem, pois quem está montando é um montão!


Outromundo: Influências, mano. Quais são suas influências, inspirações, referências, etc. No seu trabalho?

Arthur Moura: Então... acho que é mais ou menos aqueles caras que te falei antes... amigos. E gringos gosto muito do Anticon cara. É algo ainda pouco conhecido, mas sei lá... é um rap musical, ousado, despreocupado, despretencioso e sagaz. Anticon é um coletivo formado por um monte de cara maluco que faz o que sai e deu! Acho que são esses caras que influenciam mesmo a minha música. Agora parte de videos... eu amo filmes né... não fico uma semana sem ir ao cinema. Gosto muito do João Jardim, Eduardo Coutinho, Win Wenders, Daren Aronofsky... são esses caras que de certa forma vão me guiando!


Outromundo: O que você tem escutado ultimamente mano?

Arthur Moura: Why?,Quinteto em Branco e Preto, Max de Castro!


Outromundo: Bom mano, esse é o seu momento, deixe aí recados, cobranças, agradecimentos, contato, link, etc.

Arthur Moura: Valeu. Primeiro é agradecer a oportunidade de expressar algumas idéias né! Acho que estamos num momento muito legal da produção artística como um todo, pois observo que estamos "perdendo o medo" de apresentar nossos ideais. E o rap é essa coisa tão vasta, ampla, que dá vazão a todos esses sentimentos! Um abraço!
www.myspace.com/fluxo
www.myspace.com/arthurmoura




Segue um texto de Arthur Moura, "Quem Dita As Regras?":


Quem dita as regras?

(o choque cultural e o comportamento da cena independente do rap no Brasil)
Por vivenciarmos um complexo de transformações no campo cultural, mais especificamente na arte (e é bom lembrarmos que cultura é todo um conjunto onde a sociedade, ou algum grupo, exterioriza suas concepções, idéias, costumes, formas de relacionamento), vejo a possibilidade de uma discussão que tem como objetivo principal a observação das especificidades da cena independente do rap no Brasil. Lembrando que às transformações e o processo cultural é dado uma maior relevância nesse texto, quero excluir o confrontamento pessoal para com alguns protagonistas e sim situá-los num contexto político, ideológico e que muitas vezes seguindo uma demanda ou uma lógica mundial, empurram todo um comportamento a determinadas tendências, muitas das quais mercadológicas. A relação dos costumes e tradições do Brasil com o que vem de fora é dada, na maioria das vezes, uma maior importância. Essa relação reflete um comportamento globaritário, e nisso o pensamento de Milton Santos se faz valer, que é impulsionado por diversos tipos de violência, a começar pelo ferimento de costumes locais. O contato e relações culturais são passíveis sim de transformações quando aproximadas de forma
mais íntima, mas com isso não queremos dizer que desse contato venha a nascer a intransigência e idéias de valores implicando a superioridade de uma cultura sobre a outra. Quando se chega nesse estágio trocas não são possíveis e sim a imposição do mais forte (seja lá o que isso queira dizer) sobre o mais fraco, do melhor sobre o pior, do mais aceito pelo que tem menos importância. Quando caímos nesse estágio a idéia de cultura vai-se pelo ralo. Historicamente falando é delicado falar de contatos culturais, já que sempre houve esse tipo de troca entre diversas civilizações. Não existe uma cultura melhor do que outra, costumes ou tradições que possam ser postas num ringue a fim de se extrair dali o mais forte. Costume é costume, cada qual som suas características e sem julgamento de valor. É sobre isso que a singularidade de cada povo se forma. Porém todo um contexto histórico impõe outro tipo de relação entre pessoas e isso se faz valer desde a Antiguidade, passando pela Idade Média, período Moderno até chegar ao Contemporâneo. Hoje o que observamos é uma forma violenta de globalização que empresas, multinacionais, órgãos internacionais exercem de forma espantosa nossas vidas. Com isso não devemos de forma alguma excluir a participação dos protagonistas corroboradores dessa barbárie, pois há conceitos éticos que entram forte nessa discussão. Por mais que o homem seja mercadoria (na concepção de Marx) e seja uma corrente mecanicista, não devemos fazer vista grossa com a ética, pois dessa forma estaríamos livrando o homem de ser homem. O rap no Brasil é recente e tenta agora caminhar de forma independente. Porém o que não se percebeu ainda é que relações humanas não podem ser postas dentro de um recipiente e se reproduzir a mesma experiência em locais diferentes. Com isso estamos caindo num grotesco erro que nos é imposto como verdade. Em outras palavras, não cabe reproduzir a mesma corrente cultural, ideológica, ou o que quer que seja de forma idêntica em diferentes localidades onde diferentes seres humanos se manifestam. Ao se chocar, culturas diferentes passam a sofrer reações específicas e de forma “natural”. Ou seja, a idéia é que ao se chocar as trocas culturais possam realizar-se com a não sobreposição que vá acarretar o fim de alguma sobre a outra. Em paralelo a isso há uma reação contrária, e aí incluo alguns colegas como reprodutores desse tipo de comportamento, mundializada que tende a padronizar a cultura de um determinado local. Ou seja, esses protagonistas a que me refiro acatam um rap americanizado com todos os seus vieses para o território brasileiro onde esse tipo de comportamento não se torna algo representativo para a nossa realidade. A partir dessas observações podemos nos situar na cena nacional, onde os protagonistas a que me refiro são os MC´s, DJ´s, produtores e todos que formam a cultura hip hop. É claro que quando falo do choque de culturas (arriscaria a dizer que essa cultura que falamos nada mais é do que uma cultura-econômica), não generalizotodas as manifestações existentes, pois existe sim dentro de cada localidade grupos que ainda preferem beber da fonte local para formular melhor os costumes. A minha pouca experiência na cena me habilita a afirmar isso. Não chamaria esse movimento que tende a permanecer mais fiel às suas raízes de “resistência”, mas sim uma forma mais inteligente da não padronização do rap no Brasil. É claro que com uma cultura vinda de fora vem também valores introgetados, e essa cultura ao chocar-se com a outra não se mantém estática, aliás inalterações aí tornam-se impossíveis. Com isso quero dizer que, ao chegar ao Brasil, o rap trouxe consigo toda uma estrutura já iniciada em solo estrangeiro. Não vamos cair aqui na questão se o rap surgiu na Jamaica, nos Estados Unidos, no Nordeste brasileiro ou com Homero. Então ao chegar ao Brasil, o rap já trouxe consigo toda uma conduta que vai desde a rebeldia do negro e todos aqueles que de alguma forma são desprivilegiados socialmente, trouxe costumes, um linguajar característico, formas de se vestir e de se comportar, ou seja, toda uma vestimenta cultural já própria. Observamos também nascer com eles todo um esquema de marketing (e tudo que envolve marketing e propaganda temos que ter todo um cuidado com que tipo de idéia, imagem e visão quer ser passada) que fez com que o rap se tornasse hoje fenômeno mundial. Não podemos omitir o notável processo que o rap enfrentou para popularizar-se mundialmente (mas devemos sempre nos lembrar: à custa de que?). Porém, uma imagem massificada de um rap envolto de conceitos que não representam uma fiel ascensão de valores ligados aos seus protagonistas iniciais são os mais presentes no Brasil. Em outras palavras, o verdadeiro nascedouro do rap com todo o seu engajamento político é dificilmente posto em prática pelos que formam hoje a cultura hip hop. A profissionalização do rap hoje é tida com grande importância. Nada mais justo que viver do que se ama. Mas aí caímos em mais uma questão. O que é ser profissional no Brasil? Essa profissionalização hoje vem acarretar a perfeita inclusão de uns e o escanteio de outros. Quando não se dá mais espaço àqueles que estão começando, ou seja, aqueles que ainda produzem de forma mais “barata” um determinado tipo de arte, exclui-se de forma violenta e mesquinha todo um processo natural do espírito artístico. O que quero dizer é que não é levado a sério aquele cuja produção envolve recursos modestos. Quando leio a entrevista de um determinado artista vinculado a Nike dizendo que só há espaço para os “profissionais”, tenho a idéia de que só poderão participar do processo criativo artístico os que jogarem de acordo com as regras do mercado. Ora, nada menos democrático do que a formulação de um discurso puramente ideológico, violento e desrespeitoso com àqueles que também bebem da mesma conjuntura artística
e estão presentes no mesmo bojo cultural. Isso gera um problema ainda maior que é o monopólio da cena por esses poucos que com seus valores se acham mais aptos que outros e, tendo uma maior repercussão, indicam outros que consideram tão aptos quanto eles. Em outras palavras, os que agora se acham profissionais apadrinham outros com esse mesmo tipo de mentalidade. Mais uma vez volto à pergunta. O que de fato é ser profissional? É um maior espírito inventivo, investigativo e proeminente ou aquele que preza por um maior aparato tecnológico e mercadológico para fazer valer suas idéias? Vocês poderão pensar na possibilidade de uma combinação harmoniosa entre os dois. Sim é possível. Mas, será que todos os artistas necessitam e querem ter suas idéias vinculadas a um tipo de profissionalização que nos fazem acreditar ser o único caminho possível? Conforme já disse, não se exclui a possibilidade de mesmo atrelado a recursos mais faustosos termos bons resultados artísticos. É claro que a partir do momento que o resultado artístico passa a sofrer qualquer tipo de alteração que seja estranha ao criador, isso passa a se tornar discutível. Olhando mais de perto é errado afirmamos que só o mercado dita as regras. A questão vai muito além disso. O mercado, ciente de sua força e influência, dita as regras. Há aqueles que em detrimento dos seus valores, conceitos éticos e bom senso seguem essa força e com isso violentam sua cultura local. E há os que mesmo sendo subordinados pela força do dinheiro vêem nesse processo de globalização ferramentas mais amenas e não destrutiva dos valores de cada um respeitando e sendo íntegro com o próximo. Então volto a perguntar, ligar-se a grandes indústrias implica necessariamente na troca de valores? Diria que não necessariamente, mesmo que muitos exemplos possam me desmentir com facilidade. Hoje um artista dispõe de outros meios para propagar suas idéias, o que não implica na sua completa dependência de grandes esquemas fonográficos. As vezes penso na grande quantidade de talentos perdidos principalmente na primeira metade do século XX por não estarem ligados a um grande aparato mercadológico pois é confortável afirmar que não havia público para determinado estilo ou um espaço para vincular determinadas idéias. Coisa que nunca faltou nesse mundo é gente querendo conhecer coisas novas. Aí entra a pergunta. A quem se quer agradar? Ou melhor, a quem se quer vender? Mesmo sendo coagido por uma força não há uma obrigatoriedade em se submeter a essa força ao ponto de desestruturar todo um processo artístico. Nessa idéia de força também podemos citar um conceito pueril tribalizado que os protagonistas dessa cena têm em relação uns com os outros. É mais forte quem tem uma galera maior, quem idealiza discursos que tendem a ser encarados como um único caminho a se seguir, e muitas vezes nisso deixa-se de fazer música para fazer política ideológica a favor de suas ações. Faz-se valer então a idéia de superioridade onde os mais aptos são os que dispõe de todo um aparato que vai desde o dinheiro oferecido por uma tendência globaritária e usufruído por estes que dispõem um mercado frágil e que conseqüentemente ditam as regras sobre àqueles que, a seu ver, não são profissionais e não fazem o rap de verdade. Existe hoje no Brasil outra camada artística em paralelo a esses conflitos que emanam em proeminência artística que por não serem vinculados em grandes escalas passam despercebidos e omitidos por rappers que habitam uma cena mais explícita num âmbito mercadológico. Pretendo com essas poucas observações não fomentar mais uma disputa de força e sim uma reflexão sobre o que hoje entendemos por mercado, cultura, formas de se fazer arte e o espaço que a cada manifestação tem direito. Ganhar a vida com a arte é perfeitamente possível, mas ainda não é uma realidade por egoísmo de alguns. O grande problema da construção do conhecimento não chegar até todas as pessoas ou a um maior número possível é a conformidade de alguns em não achar necessário que esse conhecimento chegue até todos. Por isso dizem ser o conhecimento um poder, pois ao não achar necessário essa maior expansão e se concentrando nas mãos de poucos, o conhecimento torna-se de fato poder transformando-se numa ferramenta de dominação de uma maioria ignorante. Já no meio cultural onde o espírito inventivo não é diminuído por uma simples força do mercado, vemos um perigoso processo de ocultação dessas forças criativas por toda uma tendência globaritária, mercadológica e mesquinha que alguns insistem em seguir para justificar um status pouco representativo para o crescimento da cultura como um todo. A partir do momento que, em detrimento de benefícios próprios, alguns artistas propõem-se a caminhar junto de um esquema que exclui o outro, compartilho a idéia de que “pode ser um profundo equívoco visualizar a arte como uma simples expressão do espírito”, onde Peter Buker expõe o cuidado ao
analisar as diversas manifestações artísticas.

Arthur Moura
 
BlogBlogs.Com.Br